Informações divulgadas na Nota Técnica ABESO/SBIm - 10/01/2024.
Pelo fato de a Obesidade ser uma doença crônica que pode causar ou agravar outras doenças - inclusive através de fatores imunológicos - a ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica) e a SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) publicaram neste ano uma nota técnica a respeito da vacinação de paciente portadores de obesidade.
Trago aqui algumas informaÇões que podem ser bastante úteis sobre tudo que já é cientificamente conhecido a respeito do tema.
INFLUENZA
A obesidade demonstrou ser um fator de risco independente para o aumento de complicações relacionadas à influenza, incluindo hospitalização e morte. Somado a isso, um IMC elevado tem sido associado a uma resposta imunológica reduzida à vacinação contra a gripe
Desde que disponível, a vacina influenza quadrivalente (4V) é
preferível à vacina influenza trivalente (3V), por conferir maior
cobertura das cepas circulantes. Na impossibilidade de uso da vacina
4V, utilizar a vacina 3V;
Atualmente, o Ministério da Saúde do Brasil inclui apenas pessoas com obesidade grau III na lista de pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais a receberem a vacina influenza em qualquer idade2. Da mesma forma, o ACIP (Advisory Committee on Immunization Practices) aponta pessoas com IMC ≥ 40 kg/m2 no grupo de alto risco para complicações médicas relacionadas a influenza3. No entanto, adultos com IMC ≥ 30 kg/m2 têm maior risco de hospitalização e de casos graves por influenza.
Doses anuais.
COVID 19
Em relação à efetividade da vacina nessa população, há evidências de proteção contra covid-19 grave em pessoas com sobrepeso ou obesidade que foram vacinadas, com magnitude semelhante à de pessoas eutróficas doses: a depender de dados epidemiológicos atualizados e disponibilidade de vacinas.
HEPATITE B
A vacina cintra hepatite B está especialmente recomendada para pessoas com obesidade e está preconizada também a sorologia para dosagem de anti-HBs, a ser realizada de 30 a 60 dias após a última dose do esquema.
Três doses: 0 - 1 - 6 meses.
TETANO
Calendários vacinais conforme esquema preconizado para as faixas etárias, incluindo os reforços.
PNEUMOCOCO
Não existem, até o momento, recomendações específicas para o uso de vacinas pneumocócicas para pessoas com obesidade, mas os achados na literatura possibilitam sugerir que a decisão seja compartilhada entre médico e paciente;
Sempre que possível, utilizar as vacinas pneumocócicas conjugadas 13-Valente (VPC13) ou 15-Valente (VPC15);
HERPES ZOSTER
Não há relato na literatura de correlação entre obesidade e risco aumentado de herpes-zóster.
Pessoas com obesidade devem seguir a recomendação do calendário por idade.
Recomendação: Rotina, a partir de 50 anos.
DENGUE
Vários estudos constataram que pacientes com obesidade têm apresentações de dengue mais graves e com piores prognósticos. Pacientes com obesidade tem 38% mais chances de desenvolver infecção grave por dengue em comparação com pacientes não obesos.
Não existem, até o momento, recomendações específicas para pessoas com obesidade, mas os achados na literatura possibilitam que a decisão seja compartilhada entre o médico e o paciente;
O calendário da SBim recomenda duas doses da vacina Qdenga®, independente de contato prévio com o vírus da dengue, em pessoas com idade entre 4 e 60 anos. A Dengvaxia®, em três doses, é indicada somente para soropositivos para dengue entre 6 e 45 anos e é
contraindicada para imunodeprimidos, gestantes e lactantes.
Confira o documento na íntegra e calendário da SBIm:
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